terça-feira, 5 de abril de 2011

cravo da india

Acabei de achar essa interessantí­ssima matéria no site da Folha de São Paulo e resolvi reproduzi-la aqui. Cravo da Índia é uma delí­cia e tem mil propriedades terapêuticas.
Além de tudo, é ótima para tirar cheiro forte de casa – sempre que a cozinha fica impregnada com algum cheiro forte de comida, lá vai para o meu fogão uma panelinha com água e algumas flores de cravo. Deixo lá uma meia hora, uma hora, no fogo bem baixinho. O cheiro forte some e a casa não fica cheirando a cravo também.
Uma especiaria antiquí­ssima, largamente utilizada pelos romanos, que se presta tanto a receitas doces quanto salgadas. Assim é o cravo-da-í­ndia, ou somente cravo, como também é conhecido.
A abreviação, aliás, evita uma confusão causada involuntariamente pelos portugueses: eles o batizaram em referência às antigas Índias Orientais, região da Ásia que englobava um território muito maior que o da Índia atual. Era lá que buscavam a especiaria, nativa das Ilhas Molucas, na Indonésia.
De acordo com Robert Falck, professor do curso de gastronomia da Universidade Anhembi Morumbi, o comércio desses botões secos de flores que não desabrocharam permaneceu sob monopólio de portugueses e holandeses durante séculos, até que um diplomata francês chamado Poivre furtou sementes da planta em 1769 e ampliou sua oferta no mercado. “Na Idade Média, o cravo custava quatro vezes mais que a noz-moscada, que já tinha preços estratosféricos”, afirma.
Era utilizado então para mascarar o sabor de alimentos estragados e condimentar uma infinidade de receitas, numa época em que as especiarias eram muito valorizadas. Com sabor pungente, entre acre e picante, o cravo deve ser usado sempre com parcimônia, para não se sobrepor aos outros ingredientes do prato.
Atualmente, ele é utilizado no mundo inteiro. “Algumas preparações são indissociáveis, como a peça de presunto espetada com cravos e um aromático clássico da culinária, chamado cebola “piqué”, que perfuma o molho bechamel (cebola espetada com cravos e louro)”, diz Falck. “Também forma receitas clássicas com repolho-roxo, laranja, maçã e carne de porco. Inteiro, entra em marinadas, geléias e compotas. É muito usado ainda no “garam masala”, um tipo de curry simplificado.” Outra receita, típica desta época, não o dispensa: o quentão das festas juninas.
Com propriedades bactericidas, atribuídas a um elemento do seu óleo essencial chamado eugenol, é usado em chás caseiros para combater resfriados e dores de garganta. Segundo Rosa Nepomuceno, autora de “Viagem ao Fabuloso Mundo das Especiarias” (ed. José Olympio), a odontologia o emprega em bochechos e no alívio da dor de dente, e é usado também contra cólicas digestivas, gases e diarréia.
Teste de qualidade
Para testar a qualidade dos cravos, coloque um ou dois na água. Se flutuarem na vertical, estão excelentes. Caso contrário, já perderam suas propriedades. Por ser menos perecível, dê preferência ao cravo inteiro, que dura até um ano quando é protegido do sol.

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